Dados Exploratórios

Introdução

A análise exploratória dos dados procura descrever as informações recolhidos no questionário. Esta secção apresenta cada uma das 5 partes do questionário. Na primeira parte do questionário, procurou-se criar uma imagem das empresas que responderam, incluindo o seu tamanho, retorno anual, exposição ao Japão, entre outros dados, nem nunca identificar as empresas. De modo a adquirir uma melhor imagem sobre a experiência internacional dos respondentes, a segunda parte focou-se em recolher dados diversos sobre a experiência internacional. A terceira parte procurou identificar o nível de exposição e compromisso das empresas para com o mercado japonês, incluindo uma pergunta sobre o Acordo de Parceria Económica (APE) entre a União Europeia e o Japão. A quarta parte corresponde ao estudo da percepção das barreiras à exportação por parte dos respondentes. As barreiras foram divididas entre barreiras internas - aquelas inerentes da empresa - e barreiras externas - aquelas fora do controlo da empresa. Por último, foi incluído uma questão sobre o acesso a apoios institucionais, como, por exemplo, à Aicep.

Nota: as informações contidas nesta página são um breve resumo das que constam na dissertação final.


Caracterização das empresas

A primeira parte do formulário continha 8 perguntas, com o objectivo de agrupar os respondentes pelo seu tamanho, tipo de actividade económica de acordo com o Classificação Portuguesa das Actividades Económicas Rev. 3, média dos últimos 3 anos do volume de negócios, incluindo o Japão, entre outras.

O tamanho das empresas dos respondentes é diversa, com duas a terem 200 empregados, e 2 somente um. Apesar da média se situar nos 54 empregados, a mediana encontra-se nos 23, indicando empresas de tamanho pequeno. Pelo peso das exportações no volume anual de negócios, conclui-se que a maioria das empresas são viradas para a exportação. Contudo, e apesar de exportarem a níveis vários de regularidade para o mercado japonês, quase metade dos respondentes indicaram que o Japão representava menos de 1% do total das suas exportações. Só dois respondentes indicaram ter uma forte presença no Japão, com uma empresa a ter o Japão a pesar 60% no total das exportações, e outra a trabalhar em exlusivo para o mercado japonês.


Experiência internacional

A segunda parte apresentou 6 questões aos respondentes. Aqui procurava-se construir uma imagem da experiência e alcance internacional das empresas exportadoras para o Japão, sendo perguntado sobre o ano da primeira internacionalização, primeiro país para onde se internacionalizou, competências para trabalhar especificamente com o Japão, entre outros.

Das respostas obtidas, quase todas as empresas indicaram ter iniciado a sua internacionalização através de exportações e, metade dos respondentes, indicaram ter um departamento dedicado à exportação. Dos países mencionados para onde iniciaram essa actividade, a maioria indicou países europeus, com Espanha a liderar, e somente um apontou ter iniciado a sua actividade internacional directamente para o Japão. No que toca a competências especifícas para lidar com o mercado japonês, quase todos referiram não ter competências especifícas, com somente 3 a indicar ter algum tipo de competência, tal como o domínio da língua japonesa.


Internacionalização para o Japão

A terceira parte do questionário era dedicada exclusivamente a perguntas sobre a internacionalização para o Japão. Para além dos motivos para exportar para o Japão, foram incluídas perguntas sobre a presença das empresas noutros mercados vizinhos do Japão, e como comparavam estes ao Japão em termos de similaridade.

Mais de 70% dos respondentes apontaram ter iniciado a sua internacionalização para o Japão no presente milénio, com mais de metade a indicar que exporta regularmente para o Japão. Conhecimento sobre como o APE - que entrou em vigor em 2019 - pode ajudar na internacionalização para o Japão foi nulo para quase metade dos respondentes, com apenas 15% a indicar mudanças positivas com a entrada em vigor do APE. Quase metade mencionou exportar para a República Popular da China e para as suas regiões administrativas especiais de Macau e Hong Kong. No que toca a similaridades com o mercado japonês, a opção "Não" recolheu mais respostas, seguida da opção "Coreia do Sul".


Barreiras à Exportação

A quarta parte foi exclusivamente dedicada às barreiras à exportação. Foi solicitado que respondessem qual o nível de percepção das 28 barreiras apresentadas. Para isso, foi utilizada uma escala de Likert com valores entre 1 (nada ou pouco importante) e 5 (muito importante).

Abaixo pode consultar, por ordem de importância, quais as barreiras percepcionadas como mais importantes para os respondentes.

Percepção das barreiras

Classificação Barreira N.º Tipo
71.7% Identificar oportunidades de negócio no Japão. 2 Interna
68.3% A falta de assistência/incentivos do governo português. 17 Externa
68.3% Desconhecimento dos produtos portugueses pelos japoneses. 22 Externa
68.3% Concorrência muito forte no mercado japonês. 23 Externa
66.7% Obter informação relevante para analisar o mercado japonês. 1 Interna
66.7% Custo excessivo de transporte/seguro. 15 Interna
66.7% Ajustar atividades promocionais de exportação para o Japão. 16 Interna
65.0% Dificuldade em estabelecer uma parceria/representação no Japão. 13 Interna
65.0% Práticas e cultura de negócio diferentes do Japão. 25 Externa
63.3% Compreensão das atitudes e hábitos dos consumidores japoneses. 21 Externa
60.0% Custos aduaneiros altos. 28 Externa
58.3% Tempo para gerir o mercado japonês. 3 Interna
58.3% Oferecer produtos com uma relação preço-qualidade competitiva. 11 Interna
58.3% Procedimentos complexos para a exportação para o Japão. 18 Externa
58.3% Diferenças na comunicação verbal (idioma) e não verbal (cultura). 26 Externa
53.3% Recursos Humanos com qualificações para lidar com o mercado japonês. 4 Interna
53.3% Comunicar diretamente com clientes japoneses. 19 Externa
51.7% Adaptação/desenvolvimento de produtos para o mercado japonês. 7 Interna
51.7% Responder às especificações técnicas, de qualidade, e padrões exigidos. 8 Interna
51.7% Complexidade do sistema de distribuição japonês. 12 Interna
51.7% Dificuldade em manter controlo sobre a representação/imagem no Japão. 14 Interna
50.0% Normas e regulamentos específicos do mercado japonês. 27 Externa
48.3% Providenciar serviços de pós-venda e/ou técnico. 10 Interna
45.0% Responder às especificações de embalagem e rotulagem. 9 Interna
40.0% Capacidade de produção da empresa para responder à procura externa. 5 Interna
40.0% Condições político-económicas no Japão. 24 Externa
35.0% Capacidade financeira para suportar os custos para exportar para o Japão. 6 Interna
20.0% Receber pagamentos do Japão. 20 Externa

Apoios institucionais

A quinta e última parte do questionário continha somente 2 questões. Aqui metade dos respondentes indicou não recorrer a apoios institucionais, tais como a Aicep ou a Câmara de Comércio Luso-Japonesa.